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Òleo nas praias prejudica comerciantes

Um dos mais conceituados consultores do Brasil em matéria de consórcios, também referência nacional em saneamento básico, Wladimir Antônio Ribeiro, estava ontem na UPB no IV Integra Bahia, que a Federação de Consórcios da Bahia (Fecbahia) realizou, e contou uma história interessante. Em países mais avançados em saneamento, na Europa, como Alemanha e Suíça, os governos não querem mais saber de água tratada e sim de água pura, natural.– Eles privatizaram o saneamento e agora estão desprivatizando. Constataram que é mais barato deslocar agricultores que sujavam do que tratar a água.

No Brasil, só em junho o Senado aprovou o projeto que facilita a entrada de empresas privadas no Saneamento. Ainda engatinha na primeira etapa.

Entre os baianos, como o presidente da UPB, Eures Ribeiro, é consenso: os consórcios intermunicipais são a solução para os resíduos sólidos, ou o lixo, até porque sai mais barato um único local para vários do que cada um com o seu. Claudinei Nova, presidente da Fecbahia, diz que na Bahia existem 34 consórcios, dos quais 27 filiados à federação. Alguns deles, como o Portal do Sertão, experiências bem-sucedidas. Ajudando a causa da limpeza tem a intensa pressão do Ministério Público. Se ainda estamos longe da experiência europeia, pelo menos é um começo.

As observações de cada participante acima foram decorrentes da redução nas vendas dos comerciantes do Nordeste, ocorre por conta da preocupação das pessoas em consumir peixes e mariscos devido ao desastre ambiental com óleo espalhado por 22 municípios baianos incluindo a capital baiana. Ainda não há informações de como o óleo foi parar no mar. Os peixes e mariscos que os comerciantes de Salvador disponibilizam para venda estão indo para o lixo. Com a baixa procura de clientes, os produtos apodrecem. Conforme balanço das prefeituras, cerca de 344 toneladas já foram retiradas das praias afetadas desde o início de outubro, quando as manchas chegaram no estado, até esta terça-feira (29/11/19). Os comerciantes garantem que os peixes e mariscos vendidos na Feira de São Joaquim são comprados em áreas não afetadas pelo óleo, como por exemplo em cidades do sul do país. "Tudo vai para o lixo. Os produtos vieram bons de áreas como Nazaré e Aratuípe, que não foram afetadas pelo óleo. Caranguejo só aguenta entre cinco dias e uma semana se a gente não vende, ele morre ou fica podre. Não só eu, como colegas que trabalham no mercado, fizemos um ofício para levar o Ministério Público Federal (MPF), para que eles 'apertem' o governo federal para arcar com esse prejuízo aqui. Todos nós de feiras em Salvador estamos sendo prejudicados", disse Manoel, um dos comerciantes da Feira de São Joaquim. Por conta da redução nas vendas, Manoel conta em apenas um dia o prejuízo foi de R$ 2 mil. Ele teve que jogar fora três caixas de caranguejo, uma de peixe e uma de lambreta, além de cerca de três sacos de mariscos. O comerciante Calisto, que foi pescador por mais de 30 anos, também falou do prejuízo com a redução das vendas. "Nenhum cliente na minha banca. Vendo cerca de R$ 2 mil [de peixes e mariscos] só aos domingos. Nesse domingo eu vendi R$ 200. Prejuízo grande, não tenho condições de pagar fornecedores", revelou. O também pescador Davi Sebastian disse que o prejuízo é grande e que vai perder o pescado. "Estou com 460 kg de peixe no freezer e não consigo vender", disse.

O Projeto Elo Social Lixo zero social 10, esta ativo para combater também o descaso com a população que precisa de responsáveis que zelem por eles. Como a reciclagem será uma segunda ou única oportunidade de renda para as pessoas. Além disso todo o material extraído do mar e até seres marinhos que estão em decomposição, serão armazenados em locais próprios, sem a contaminação do ambiente. Um projeto que será um transformador de vidas.


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